No início de agosto de 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, baixou a taxa básica de juros em 0,5%, ficando em 13,25%. A votação não foi unânime, com cinco votos a favor de baixar 0,5% e quatro votos para que a baixa fosse de 0,25%.

A taxa Selic, como é conhecida, não tinha redução há quase três anos, após passar por sucessivos aumentos a partir de março de 2021, quando estava em 2%, a menor taxa histórica.

Na época, a Selic teve 12 aumentos seguidos, chegando aos 13,75% em agosto de 2022, maior nível em seis anos e meio, e que se manteve até agora, com a nova baixa pelo Copom.

O corte na taxa de juros vinha sendo cobrado pelo Presidente da República e pelo ministro da Fazenda, a fim de iniciar a gradual flexibilização monetária, baixando o quadro inflacionário de acordo com as metas recentes do Conselho Monetário Nacional (CMN) para a inflação.

A baixa na Selic já era uma aposta dos economistas, pois é essencial para estabilizar a economia e voltar a aumentar seu ritmo de crescimento, uma vez que taxas de juros mais baixas estimulam os investimentos na Bolsa de Valores. Para os especialistas, é o início de um novo ciclo para a economia e política monetária do país.

A redução impacta diretamente a tomada de crédito, especialmente para produtores, o que gera um menor custo para os consumidores finais também.

No entanto, os efeitos dessa baixa provavelmente serão sentidos, de fato, em 2024, já que os impactos na política monetária podem ter entre um e dois semestres de defasagem.

Segundo Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda, embora tenha havido divergências entre o ministério e o Banco Central, ambas as instituições nunca deixaram de dialogar, e o corte nos juros indica o compromisso de combate à inflação e estabilização da economia para que o Brasil tenha um crescimento sustentável.

Impactos do corte nas taxas de juros

A baixa na taxa básica de juros gera um incentivo para empresas e indústrias, mas também tem reflexos nos bolsos da população. Veja abaixo os impactos do corte de juros para a economia:

• beneficia as contas públicas: juros menores impactam as despesas com juros de dívida pública, afrouxando a pressão nos cofres públicos;
• menores taxas bancárias: os cortes de juros costumam ser repassados aos clientes, influenciando especialmente a tomada de crédito, facilitando financiamentos e empréstimos;
• maior atividade econômica: juros mais baixos aumentam os investimentos produtivos e estimulam o consumo, aquecendo a economia;
• mudança nos investimentos: a alta dos juros havia aquecido as aplicações em renda fixa. Com o corte, esse tipo de investimento ficará menos atrativo, mas ainda continuará sendo uma boa opção. Em cenários de juros em queda, no entanto, vale investir em aplicações pré-fixadas, que não variam com a mudança nas taxas a longo prazo.

E então, gostou dessa boa notícia? A queda dos juros influencia positivamente o seu bolso, baixando preços e facilitando a tomada de crédito.

Recentemente, os juros do consignado também ficaram menores, melhorando as condições para fazer esse tipo de empréstimo, que é o mais seguro e com as menores taxas do Brasil.

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