Ouvir alguém ser chamado de hipocondríaco é algo relativamente comum e geralmente diz respeito a pessoas que tomam muitos remédios ou sempre acham que estão doentes. Entretanto, esse uso banalizado do termo mascara um transtorno que deve ser levado a sério e pode prejudicar bastante quem é afetado pela condição, assim como as pessoas que estão à volta.

A hipocondria pode impactar pessoas em qualquer idade, mas, em idosos, pede uma atenção especial, uma vez que esse público muitas vezes já está vulnerabilizado com outras questões de saúde.

Quer entender o que é hipocondria na terceira idade, quais os sintomas e como cuidar de um idoso hipocondríaco? Então, continue esta leitura conosco!

O que é a hipocondria na terceira idade?

A hipocondria é um transtorno oficializado pela Classificação Internacional de Doenças (CID) sob o código F45.2. Portanto, trata-se de uma doença reconhecida nas organizações de saúde do mundo inteiro, podendo ser diagnosticada e tratada.

Segundo a CID, a característica essencial deste transtorno é “uma preocupação persistente com a presença eventual de um ou de vários transtornos somáticos graves e progressivos”.

Ou seja, a pessoa que sofre de hipocondria tende a se preocupar com uma constância e intensidade maior com a possibilidade de estar gravemente doente, a um nível que o transtorno prejudica a vida do paciente, que passa a utilizar muitos medicamentos de forma indevida e até mesmo a se privar da vida rotineira, com medo de causar ou agravar uma suposta doença.

Em alguns casos, ainda é possível haver a psicossomatização, com a qual a pessoa passa a sentir de fato alguns sintomas físicos decorrentes da carga emocional e psicológica de acreditar que está doente.

Na terceira idade, a hipocondria é bastante comum e pode ser exacerbada, especialmente porque os idosos naturalmente já se preocupam mais com a saúde, que pode estar debilitada devido à idade.

Uma vez que já estão sobrecarregados com as limitações físicas de outras doenças, as pessoas mais velhas podem sofrer ainda mais psicologicamente com a preocupação de desenvolverem outras condições e isso torna o quadro de saúde do idoso ainda mais delicado, exigindo atenção especial.

Quais são os sintomas da hipocondria?

Em decorrência da preocupação excessiva de desenvolver ou agravar doenças, a hipocondria pode se apresentar por meio de diversos sintomas, como:

• queixas de saúde persistentes;
• preocupação duradoura com a aparência física;
• interpretação anormal para sinais físicos normais;
• quadros de ansiedade e/ou depressão associados;
• automedicação frequente;
• medo exacerbado de doença grave e da morte;
• busca excessiva por consultas médicas;
• crises de sudorese, taquicardia, falta de ar.

Quais são as causas da hipocondria na terceira idade?

Além da preocupação natural com a saúde por causa do envelhecimento, há muitos outros fatores que podem impulsionar o desenvolvimento da hipocondria em idosos. São alguns deles:

• mudanças físicas: desde rugas, dores nas articulações e problemas de mobilidade, entre outros;
• percepção da finitude: pensar com mais frequência sobre a morte por estar envelhecendo;
• mais vivências de luto: quanto mais vivemos, mais pessoas vamos perdendo e esse acúmulo de perdas pode ser muito impactante;
• diagnósticos próximos: pessoas ao redor com diagnósticos graves podem estimular a preocupação com a própria saúde;
• tendência à psicossomatização: pessoas que já tendem a ter sintomas físicos a partir de emoções ou sentimentos;
• limitações externas: o excesso de cuidado e preocupação das pessoas no entorno pode afetar o idoso e torná-lo mais isolado e preocupado.

Como lidar com um idoso hipocondríaco?

Aprender a lidar com a hipocondria em idosos está diretamente relacionado a saber como cuidar da mente na terceira idade. Portanto, para tratar de uma pessoa mais velha que tenha sintomas hipocondríacos, é essencial tomar alguns cuidados que fortaleçam a confiança e a mente.

Confira algumas dicas para lidar com idosos hipocondríacos:

• evite solicitar exames desnecessários e muito frequentes;
• prefira agendar consultas periódicas e não a cada sinal trivial;
• não desvalorize a percepção do idoso e tente chegar num lugar comum;
• esteja atento a sinais de ansiedade ligados à doença e busque ajuda;
• traga argumentos que enfraqueçam a ideia de que os sintomas estão ligados a uma doença específica;
• busque apoio psicológico especializado.

 

A hipocondria na terceira idade faz o idoso e seus familiares sofrerem e deve ser levada a sério. Esperamos que com as informações que trouxemos aqui neste artigo você possa estar atento caso haja algum idoso com sintomas desse transtorno e saiba como ajudá-lo.

Aqui, no blog do PB Consignado, trazemos diversas informações e dicas para cuidar da saúde e do bem-estar dos idosos. Que tal ler também nosso artigo sobre a importância da autoestima na terceira idade? Nos vemos lá!