Em 2023, o tema da redação do ENEM colocou em destaque um tema que vem sendo cada vez mais discutido no Brasil e no mundo: como a economia do cuidado afeta desproporcionalmente as mulheres, que se veem muito mais sobrecarregadas com as tarefas domésticas e cuidados familiares do que os homens.
Essa é apontada também como a maior dificuldade entre as mulheres que empreendem, segundo pesquisas que enfocam a economia do cuidado. Por isso, é de extrema importância entender os desafios das mulheres ao empreender e buscar formas de apoiar o empreendedorismo feminino.
Continue conosco nesta leitura e entenda melhor as dificuldades que afetam as mulheres que buscam criar e manter seus próprios negócios!
Segundo pesquisa da startup Olhi, uma plataforma de ensino voltada a serviços de cuidado, apesar de as mulheres buscarem empreender principalmente para terem maior flexibilidade, já que a maioria são mães e donas de casa, cerca de 52% delas encontram dificuldades em conciliar essa jornada dupla – afinal, a maior parte da sociedade ainda vê os cuidados com saúde e bem-estar como um dever das mulheres.
Essa pesquisa ouviu 235 empreendedoras, das quais 30% decidiram criar seus próprios negócios para conciliar trabalho e maternidade, já que 39,1% gastam por volta de quatro horas diárias para tarefas domésticas.
A ONG Think Olga, voltada para questões de gênero, também apontou que a sobrecarga com o cuidado doméstico e as jornadas profissionais explicam o grave quadro de diagnósticos de depressão, ansiedade ou outros transtornos mentais, que atingem 45% das mulheres, consequências da exaustão física e mental.
Em um estudo realizado pela Motherly, outra plataforma voltada às mulheres, especificamente as mães, 70% das mulheres afirmam ter que fazer sacrifícios para atender necessidades familiares, sendo que 50% indicam o cuidado com os filhos como o principal fator.
Outro dado impactante, segundo pesquisa da Oxfam (organização global contra desigualdades), demonstra que mais de três quartos do trabalho com cuidados não remunerados no mundo é realizado por mulheres, o que afeta não apenas a saúde, mas também a autonomia feminina como um todo.
Para você ter ideia, as mulheres brasileiras dedicam cerca de 25 horas semanais a cuidados familiares e tarefas domésticas, enquanto os homens gastam apenas 11 horas por semana com essas atividades, de acordo com pesquisa da FGV.
Os dados são inúmeros e não param de crescer. Veja, a seguir, mais algumas informações extraídas da pesquisa da Olhi para ter uma visão mais ampla do problema:
Os números são preocupantes e os estudos indicam que uma das maneiras mais eficientes de começar a mudar esse cenário é buscar a valorização dos trabalhos relacionados ao cuidado, visando uma divisão mais equilibrada dessas tarefas entre homens e mulheres, para que as empreendedoras possam, enfim, se dedicar melhor a seus negócios.
Divulgar esses dados e compreender as dificuldades das empreendedoras no Brasil e no mundo é essencial para que possamos colaborar com um mundo mais igualitário em relação às questões de gênero.
Para isso, nós, do PB Consignado, buscamos sempre trazer dados e informações importantes, como as apresentadas aqui, pois acreditamos que a informação é a chave para todas as mudanças que gostaríamos de ver no mundo.
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