Contribuição ao INSS muda a partir de fevereiro. Veja o quanto você deve pagar por mês

Anualmente, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atualiza valores de salário mínimo, assim como do teto de benefícios.

Com o reajuste, também muda o valor de contribuição ao INSS, isto é, a porcentagem do salário de funcionários que atuam sob o regime CLT que é recolhida para a previdência social.

Acompanhe o post e entenda todos os detalhes sobre o reajuste de 2023 e quanto você deverá pagar mensalmente.

O reajuste do salário mínimo

O valor do salário mínimo de 2023 foi composto considerando a taxa do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que fechou 2022 em 5,93%, mais um aumento real de cerca de 1,5%.

Assim, o salário mínimo teve reajuste de 7,41% e passou de R$ 1.212, em 2022, para R$ 1.302 em 2023.

O reajuste do teto

Para o reajuste do teto dos benefícios, o raciocínio é parecido, também levando em consideração o valor acumulado indicado pelo INPC para 2022, isto é, 5,93%. No entanto, para o teto não houve aumento real, como no caso do salário mínimo.

Assim, o teto dos benefícios foi reajustado em 5,93% e passou de R$ 7.087,22, em 2022, para R$ 7.507,49 em 2023.

A nova contribuição ao INSS

Agora, vamos ao que interessa: após o reajuste do salário mínimo e do teto, quanto você deverá pagar mensalmente ao INSS em 2023?

Bem, para isso, é necessário entender como o cálculo funciona. Desde a Reforma da Previdência, de novembro de 2019, as alíquotas de contribuição são progressivas.

Isso significa que são incididas apenas sobre a parcela do salário que se enquadra em cada faixa determinada, resultando num desconto menor dos ganhos – a chamada alíquota efetiva.

Por exemplo: se Joana ganha mais de um salário mínimo, ela deve pagar 7,5% sobre o salário mínimo vigente – R$ 1.302 em 2023 – e um percentual diferente sobre o que exceder este valor. Tudo está determinado na tabela abaixo:

Salário	Alíquota
Até 1 salário mínimo (R$ 1.302)	7,5%
De R$ 1.302,01 a R$ 2.571,29	9%
De R$ 2.571,30 a R$ 3.856,94	12%
De R$ 3.856,95 a R$ 7.507,49	14%
Acima de R$ 7.507,50	14%, pois a contribuição é limitada ao teto da previdência social

 

Voltando à Joana, se ela ganha R$ 1.600 de salário, sua contribuição será a seguinte:

• 7,5% sobre R$ 1.302 = R$ 97,65
• 9% sobre R$ 298 (a diferença de R$ 1.600 menos R$ 1.302) = R$ 26,82
• Total de contribuição ao INSS: R$ 124,47

Agora, pensando em Mariana, que ganha um salário de R$ 5.000, por exemplo, a contribuição é conforme demonstramos abaixo:

• 7,5% sobre R$ 1.302 = R$ 97,65
• 9% sobre R$ 1.269,29 (a diferença de R$ 2.571,29 menos R$ 1.302) = R$ 114,23
• 12% sobre R$ 1.285,65 (a diferença de R$ 3.856,94 menos R$ 2.571,29) = R$ 154,27
• 14% sobre R$ 1.143,06 (a diferença de R$ 5.000 menos R$ 3.856,94) = R$ 160,02
• Total de contribuição ao INSS: R$ 526,17

Percebe como no último exemplo a alíquota efetiva é menor do que 14%, embora Mariana se enquadre na faixa com os maiores valores.

Se fôssemos considerar a alíquota de 14%, o valor de contribuição seria de R$ 700, em vez de R$ 526,17. Com a alteração da Reforma da Previdência, a alíquota efetiva neste caso é de 10,52%, uma cifra mais vantajosa para o trabalhador.

Vale lembrar que quem recebe acima do valor definido como teto do INSS paga a contribuição máxima de R$ 877,24, isto é, 14% de R$ 7.507,49, o teto nacional.

Além disso, destacamos também que esses valores de contribuição já são considerados a partir de fevereiro de 2023, uma vez que o novo salário mínimo e teto do INSS já estão sendo praticados.

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