O excesso de telas nos dias atuais é uma das grandes preocupações da nossa sociedade, pois já se sabe que o hábito pode ser prejudicial em diversos aspectos, incluindo para a saúde física, psicológica e cognitiva.
No entanto, é comum que esse problema seja mais abordado considerando como as crianças, adolescentes e adultos são afetados, deixando a terceira idade em segundo plano. Isso ocorre, provavelmente, porque se entende que idosos não usam tanto os dispositivos digitais e as redes sociais – o que já não é bem verdade.
Pessoas mais velhas têm passado cada vez mais tempo em frente às telas, e isso não inclui apenas a televisão, mas computadores, tablets e, principalmente, smartphones. Assim, os riscos do excesso de telas se estendem também a esse público. O problema impacta a saúde dos idosos, tanto física quanto mentalmente, conforme estudos recentes têm demonstrado.
Para entender melhor os impactos do excesso de telas na terceira idade e como diminuir o uso delas para garantir mais qualidade de vida nessa fase, continue conosco nesta leitura!
O aumento do tempo de uso de telas na terceira idade pode ser explicado por diversos fatores, incluindo a necessidade de conexão social, entretenimento e acesso à informação.
Muitos idosos encontram nas redes sociais uma forma de manter contato com familiares e amigos, reduzindo a sensação de isolamento. Além disso, plataformas digitais oferecem conteúdos variados, como vídeos, notícias e jogos, que podem servir como distração e lazer.
Outro fator relevante é a crescente digitalização de serviços essenciais, como bancos, consultas médicas e compras online. A necessidade de adaptação a essas mudanças leva os idosos a passarem mais tempo navegando na internet e utilizando dispositivos eletrônicos.
No entanto, sem um equilíbrio adequado, o uso excessivo de telas pode trazer impactos negativos à saúde e qualidade de vida. Além disso, o uso frequente de aplicativos bancários e compras online expõe os idosos a riscos como fraudes digitais, como o golpe da prova de vida.
Muitos criminosos se aproveitam da falta de familiaridade com as tecnologias para aplicar golpes que podem resultar em perdas financeiras significativas. Esse cenário torna essencial a orientação e a educação digital para que os idosos possam utilizar a tecnologia com mais segurança.
O uso excessivo de dispositivos digitais pode impactar negativamente a saúde mental dos idosos de diversas formas. Estudos indicam que o tempo prolongado em frente às telas pode levar ao isolamento social, pois muitas vezes substitui interações presenciais por conexões virtuais. Isso pode resultar em sentimentos de solidão e até depressão.
Além disso, pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontam que o consumo excessivo de informações digitais pode sobrecarregar o cérebro, causando dificuldades de concentração e problemas de memória.
Um fenômeno preocupante identificado em idosos é a nomofobia, caracterizado pelo medo de ficar longe do celular. Esse comportamento pode gerar ansiedade e estresse, prejudicando o bem-estar emocional.
Outro fator relevante é a exposição a conteúdos negativos, como notícias alarmantes ou desinformação, que podem aumentar a sensação de insegurança e afetar a estabilidade emocional dos idosos.
O uso prolongado de dispositivos eletrônicos também pode trazer consequências físicas significativas. Um dos problemas mais comuns é a fadiga ocular, causada pela exposição contínua à luz azul das telas, o que pode levar a visão turva, dores de cabeça e até distúrbios do sono.
Além disso, a postura inadequada ao utilizar celulares, tablets e computadores pode resultar em dores no pescoço, nas costas e nos ombros, aumentando o risco de problemas musculoesqueléticos. A falta de movimentação também pode contribuir para a redução da mobilidade e da força muscular, impactando diretamente a qualidade de vida dos idosos.
Outro risco importante é a negligência de atividades essenciais, como alimentação adequada, prática de exercícios físicos e manutenção de uma rotina saudável. O tempo excessivo em frente às telas pode fazer com que os idosos deixem de realizar tarefas fundamentais para o bem-estar, aumentando a vulnerabilidade a problemas de saúde.
Para evitar os impactos negativos do uso excessivo de dispositivos, é importante adotar estratégias que incentivem um equilíbrio saudável entre tecnologia e outras atividades. A seguir, confira algumas medidas essenciais para reduzir o tempo de tela e melhorar a qualidade de vida dos idosos.
Definir um tempo máximo diário para o uso de dispositivos eletrônicos ajuda a equilibrar o tempo de tela com outras atividades essenciais. Criar pausas regulares também contribui para reduzir os impactos físicos e mentais do uso excessivo. Além disso, especialistas recomendam evitar telas pelo menos uma hora antes de dormir, pois a exposição à luz azul pode prejudicar a qualidade do sono.
É importante motivar os idosos a participarem de atividades sociais presenciais, que desempenham um papel fundamental na saúde mental e emocional. O convívio com familiares, encontros em grupos de apoio e convivência, e a participação em eventos culturais ajudam a fortalecer os laços afetivos, promovem a sensação de pertencimento e estimulam a troca de experiências.
Além disso, iniciativas como aulas de dança, teatro, artesanato e música são excelentes alternativas para socialização e estímulo cognitivo. Muitas cidades oferecem programas voltados para idosos, incentivando a prática de exercícios físicos em grupo, passeios culturais e rodas de conversa.
No entanto, a internet também pode ser uma aliada na inclusão social. Muitos idosos encontram nas redes sociais uma forma de se conectar com amigos e familiares, além de interagir com comunidades online que compartilham interesses semelhantes.
Um exemplo disso são os influencers 60+, idosos que se tornaram influenciadores digitais e compartilham experiências, dicas e reflexões sobre envelhecimento e outros temas.
Mas, além do estímulo à interação social, é importante ter atividades de desenvolvimento pessoal que também ajudem a substituir parte do tempo de tela dos idosos.
Cultivar hobbies como leitura, jardinagem e artesanato podem proporcionar mais bem-estar e qualidade de vida. A prática de atividades ao ar livre também contribui para a saúde mental, melhorando o humor e reduzindo o estresse. Além disso, a meditação pode ser uma excelente alternativa para relaxamento e equilíbrio emocional.
A internet também pode ser usada de forma positiva para estimular o cérebro. Jogos de lógica, cursos online e conteúdos educativos ajudam a manter a mente ativa e podem até retardar o declínio cognitivo. Segundo estudos, o aprendizado contínuo por meio de plataformas digitais pode melhorar a memória e a capacidade de concentração dos idosos.
Orientar os idosos sobre o uso consciente das tecnologias e alertá-los sobre riscos de golpes digitais é fundamental para garantir que utilizem os dispositivos de forma segura e saudável.
É recomendável ensinar práticas como verificar a veracidade das informações recebidas, evitar compartilhar dados pessoais com desconhecidos e utilizar autenticação em dois fatores em aplicativos bancários, minimizando os riscos de fraudes.
Viu como é possível utilizar os dispositivos digitais como aliados e não como algo prejudicial aos idosos? O excesso de telas na terceira idade pode causar diversos impactos negativos, mas isso pode ser prevenido com as dicas que demos.
Aqui, no Blog do PB Consignado, você encontra diversos conteúdos relacionados à qualidade de vida dos idosos. Que tal continuar se informando com o artigo que fizemos apresentando 6 cuidados preventivos para o bem-estar na terceira idade? Nos vemos lá!