A autoestima na terceira idade costuma ser bastante subestimada, já que, muitas vezes, associamos esse conceito apenas aos cuidados com a aparência ou com uma ideia superficial de atitude confiante perante a vida e as pessoas. Entretanto, a autoestima é objeto de estudos sérios há muito tempo, que relacionam a sua importância com a saúde física e mental das pessoas.
Ainda na década de 1960, o sociólogo Morris Rosenberg foi um dos pioneiros a apontar as problemáticas de uma autoimagem negativa para as pessoas em comunidade e criou a Escala de Autoestima de Rosenberg, que é utilizada até hoje por psicólogos e outros profissionais para estabelecer, por meio de um amplo questionário, o nível de autoestima das pessoas, reconhecendo um limite que pode afetar negativamente a qualidade de vida.
E, quando falamos da autoestima dos idosos, há diversas questões específicas associadas ao envelhecimento que podem prejudicar a saúde integral dos indivíduos.
Mas a boa notícia é que há muitas maneiras de estimular o cuidado com a autoestima na terceira idade com hábitos simples. Continue conosco nesta leitura e descubra como ajudar os idosos a terem mais autoestima e qualidade de vida.
Independentemente da idade, a autoestima é um conceito que se aplica a todos nós, seres humanos, e já foi definida por muitos estudiosos do tema. Uma definição ainda bastante aceita é a proposta por Rosenberg, em 1965, que determina a autoestima como:
(…) um conjunto de sentimentos e pensamentos do indivíduo sobre seu próprio valor, competência e adequação, que se reflete em uma atitude positiva ou negativa em relação a si mesmo.
Entretanto, a autoestima na terceira idade está sujeita a adversidades próprias dessa idade, que podem influenciar e afetar muito essa percepção sobre si mesmo.
Portanto, quando pensamos na autoestima dos idosos, é preciso levar em consideração seu contexto, a fim de entender como o envelhecimento atua na perda de autoestima e como ajudar as pessoas na terceira idade a recobrarem e preservarem a autoestima.
O envelhecimento traz mudanças físicas e psicológicas graduais que, em maior ou menor grau, impõem alguns limites aos idosos, como dificuldades motoras e de locomoção, raciocínio e memória um pouco mais lentos e desafios maiores para captar e fixar novos conhecimentos.
Embora essas questões não necessariamente impeçam as pessoas de conseguirem performar bem nesses âmbitos, já que, com hábitos saudáveis, é possível ter uma excelente qualidade de vida na aposentadoria, a comparação com as capacidades do passado é inevitável – o que, por si só, já afeta bastante a autoestima.
Além disso, é bastante comum que os idosos se sintam menos úteis após deixarem suas carreiras formais de trabalho e passem a ter menor convívio social, dando espaço para a desmotivação e até mesmo a depressão nos casos mais graves.
Portanto, apesar de o envelhecimento ser um processo natural a ser celebrado – pois significa a possibilidade de aproveitar a vida por mais tempo – sem saúde física, mental e autoestima os idosos podem não ter uma qualidade de vida digna. Daí a importância de cuidar da autoestima na terceira idade, pois isso refletirá positivamente em todos os âmbitos da vida do idoso.
Se você tem um ente querido que está precisando de uma forcinha para cuidar da autoestima na terceira idade, ou mesmo se você é idoso e percebe que esse aspecto da sua vida pode melhorar, nós listamos abaixo os hábitos mais importantes para ajudar nessa empreitada. Vamos lá?
Incentivar as práticas esportivas para idosos combina o cuidado com o corpo e a mente em uma só atividade.
Afinal, os exercícios físicos melhoram a força, a flexibilidade e o equilíbrio, além de ter impacto positivo na capacidade cardiorrespiratória. E mais: eles diminuem o estresse, oxigenam o cérebro e trazem relaxamento.
Os resultados desse conjunto de benefícios melhoram a autopercepção dos idosos, que passam a se ver mais funcionais e capazes de fazer bem outras atividades do dia a dia, além de ficarem felizes com as mudanças estéticas.
Nesse sentido, há muitas atividades físicas recomendadas. A natação na terceira idade é um excelente exercício aeróbico de baixo impacto nas articulações, enquanto o alongamento para idosos ajuda a manter a flexibilidade e diminuir as dores.
Nessa idade ainda é possível fazer musculação, caminhada, corrida, yoga, pilates e muitas outras práticas. Basta entender qual delas se adapta melhor ao gosto e limitações do idoso.
A convivência com outras pessoas é uma necessidade humana, e os efeitos da diminuição nas interações sociais dos idosos podem ser bastante prejudiciais, considerando que, em geral, eles já estão lidando com diversas vulnerabilidades.
Por isso, é importante que a família se mantenha presente e que o idoso tenha outras redes de apoio, seja no convívio com vizinhos e amigos ou mesmo criando novos laços em atividades coletivas – e aqui podemos destacar os exercícios físicos ou a busca de hobbies na terceira idade, como passeios, aulas de pintura e outras opções que incluam a interação social.
É importante nunca esquecer o valor da experiência dos idosos, dando a eles a mesma atenção que você daria a qualquer outra pessoa, sem desvalorizar seus sentimentos e opiniões, demonstrando que eles têm muito a contribuir nos momentos de confraternização e interação social.
Outro ponto importante para a autoestima dos idosos é a percepção de serem úteis, necessários e de que têm propósitos claros em seu dia a dia. Por isso, delegar responsabilidades e fazer planos, sempre respeitando a limitação do idoso, é de extrema importância.
Incentivar o idoso a cuidar de seu orçamento, estimulando a educação financeira na terceira idade, por exemplo, é algo que motiva atividades importantes, como anotar gastos e economizar dinheiro para realizar sonhos, como viajar na aposentadoria ou comprar um eletrodoméstico novo.
A própria viagem, em si, pode ser um plano de médio ou longo prazo para a pessoa idosa elaborar, envolvendo-se com a escolha de destinos no Brasil ou no exterior, a compra das passagens e reserva de hotel.
Além disso, pequenas responsabilidades no cotidiano, desde tarefas domésticas até mesmo incutir nos idosos o hábito de entrar em contato com as pessoas amadas para ter notícias delas, pode trazer mais propósito e senso de utilidade, melhorando muito a autoestima.
Além de ser importante para a saúde, cuidar da higiene também se associa aos cuidados com a aparência, que não devem ser considerados apenas uma preocupação superficial, afinal, se sentir bonito melhora significativamente a percepção de valor e o autoamor.
Não por acaso, a desmotivação e o desleixo com esses cuidados é um dos sinais mais apontados entre pessoas que estão com depressão ou beirando essa condição que é tão alarmante e tem atingido muito os idosos.
Portanto, estimular o autocuidado na terceira idade é fundamental para que essas pessoas dediquem atenção a pequenos detalhes que fazem toda a diferença, desde pentear o cabelo pela manhã, usar hidratantes no corpo e filtro solar, dentre muitos outros cuidados simples e eficazes.
Além de os idosos se verem mais asseados e bonitos, receber elogios é algo que pode melhorar o dia de qualquer pessoa, não é mesmo?
Por fim, muitos estudiosos buscaram estabelecer os pilares da autoestima, a fim de apontar quais comportamentos contribuem para preservar a percepção positiva sobre si mesmo. Dentre os mais citados, estão a autocompaixão, autoaceitação, autoconfiança e a competência social.
Não é preciso se aprofundar em todos eles se entendermos que o essencial é evitar a autocobrança excessiva, muito comum na terceira idade, quando os idosos tendem a ficar relembrando atitudes do passado que gostariam de ter feito diferente.
Conversar com a pessoa idosa, incentivando sentimentos de gentileza para consigo mesmo, em vez da repetição de arrependimentos e frustrações, faz maravilhas pela autoestima.
É importante destacar as conquistas e bons feitos da pessoa no passado e no presente, buscando fatores positivos que se escondem até mesmo em momentos ruins e demonstrar como as atitudes do idoso trouxeram benefícios em diversos contextos.
Ao envelhecer, pode ser mais difícil fixar novas linhas de pensamento, substituindo a autocobrança pelo autoamor, mas aqui vale o bom e velho ditado da água mole em pedra dura: a constância e o hábito conseguem aos poucos ir criando raízes, tornando a vida dos idosos mais leve a cada pequeno momento em que eles conseguem ser mais gentis consigo mesmos.
Viu como a autoestima na terceira idade é importante para diversos âmbitos da vida dos idosos? Esperamos que nossas dicas tenham dado um norte de como agir e começar a criar hábitos que vão estimular a autoestima dos idosos.
Aqui, no blog do PB Consignado, trazemos muitos artigos que vão ajudar você a cuidar de sua saúde física, mental e financeira, garantindo mais bem-estar a cada dia. Continue nos acompanhando, até a próxima!